“I… don’t remember anything.
It’s as if my head was empty”
EMPTY HEAD é um projeto pioneiro, e bem ousado, da italiana Cutiesbae, desenvolvido em 2018 no RPG Maker VX. O jogo aborda sobre elementos de horror e mistério, explorando essas áreas de maneira mista entre surrealismo e terror mundano. Contendo uma média de duas horas de duração, e três finais (um ruim, um normal e um bom), o título está disponível gratuitamente em inglês e italiano.
Sinopse
“Na pequena aldeia de Elkeson, o patriarca da família Baker, Arold, devido a seu alcoolismo e estresse gerado por um casamento precário, se encontra tendo sérios problemas em seu trabalho como advogado. Em uma noite atípica, ao escutar barulhos estranhos, Arold descobre que seus filhos estão desaparecidos, e percebe o surgimento súbito de um alçapão em sua casa. Acreditando que seus filhos adentraram na misteriosa portinhola, ele decide investigar por conta própria”.
Personagens -
Análise
Enredo🐻
A maior parte da história é desenvolvida através de diálogos entre os personagens, e acredite em mim, é um verdadeiro conflito de sentimentos aqui. É difícil encontrar uma obra que conseguiu acertar e errar tanto em um mesmo conceito, existem alguns fatores que são terrivelmente bem escritos e que dão até certa satisfação de contemplar. O próprio personagem do Arold é um bom exemplo disso, ele é uma pessoa desequilibrada e malevolente em muitos sentidos, mas sem ser irreal, seus problemas são relacionáveis e ao mesmo tempo ele genuinamente se arrepende da maneira como ele se comporta, fica aflito com o efeito que causa em sua família e gostaria de mudar seu jeito de ser, mas não vê maneiras para isso. Em contrapartida, alguns personagens são tão rasos que fica até difícil justificar seus atos, sua mudança de comportamento ou ódio direcionado, já que as vezes parecem ser baseados em absolutamente nada, ou em um motivo muito pequeno para explicar sua personalidade, que os torna incondizentes com o meio.
Um exemplo perfeito das lacunas de explicação que o jogo deixa são as máscaras de Kitsune. Os personagens secundários que você encontra durante a jornada, usam uma máscara de kitsune ornamentada de cores diferentes. Várias vezes durante a campanha, o protagonista questiona o uso dessas máscaras, e ninguém nunca responde. Pesquisando sobre significado dessas máscaras e sua função em festivais, o uso delas faz total sentido para o plot, mas no jogo fica muito desconexo e sem explicação, assim como uma vasta quantidade de fotografias que aparece logo no início. Eu realmente não quero acreditar que esses recursos só estejam lá “por estar”, mas é difícil - e até meio forçado - extrair um sentido para eles quando postos de modo tão alheio. Claro, a interpretação faz parte da experiência, mas acho que foi um pouco negligenciado nesse aspecto.
Fotografia de autoria de Nicolas Bruno (Instagram)
Arte🐻
Trilha Sonora🐻
Além dos efeitos sonoros padrões dos RPG maker, que são bem utilizados aqui, existe uma playlist de músicas originais do jogo feitas por Cai Jones, que apesar de não serem muito marcantes ou engajadoras, é bom saber que houve todo esse cuidado de criar músicas originais, há também algumas outras músicas em instrumental escolhidas com esmero, a provavelmente mais curtida entre aqueles que jogaram foi a Muskrat Ramble.
Jogabilidade🐻
Embora seja um tópico de difícil crítica, a jogabilidade em Empty Head, não é um ponto tão forte, a começar com os puzzles, que são absurdamente fáceis e bem pouco originais. É quase constrangedor resolver algo que aparentemente era pra ser um desafio em tão pouco tempo, a colisão com os objetos também é um pouco desconcertante, muitas vezes sobra um espaço muito grande entre o jogador e o objeto que se vai interagir, sei que muitos jogos também têm esse problema, e entendo que seja algo da engine do RPG Maker, mas mesmo assim, é levemente instável.
Conclusão
Empty Head acabou se tornando uma obra meio ambígua, sou obrigado a confessar que muita coisa não me agradou da primeira vez que eu joguei, mas depois de re-jogar algumas vezes e refletir sobre seus aspectos, não posso negar que é um jogo no mínimo interessante de se experimentar. Claro que não é nada magnífico, mas tem seus charmes. Como disse no início da review, esse é o primeiro projeto de Cutiesbae, e sempre que eu me encontro contemplando algo que tenha sido feito como uma “primeira vez”, eu me recordo do documentário “10 Years with Hayao Miyazaki”, em que durante a estreia do primeiro longa metragem de seu filho, Miyazaki critica alguns aspecto do filme e comenta: “ ʽEstá bom para uma primeira vezʼ é praticamente um insulto”. Acredito que seja de fato uma frase bem marcante, e considero-a bastante importante quando vou fazer uma análise. Não justificarei os erros de Empty Head com um “para uma primeira vez, até que não ficou tão ruim”, justamente pelo nítido carinho e o esforço da criadora com o jogo visto a quantidade de colaboradores e tempo de dedicação que ela teve, e apesar dos pesares, o resultado final acabou tendo mais pontos positivos que negativos, e vale a pena de fato dedicar um tempo para conhecê-lo.
Alguém se ta em português?
ResponderExcluirFoi falado no inicio que só tem em inglês e italiano '--'
ExcluirMamamia, capitche?
ExcluirSabe* se ta em português
ResponderExcluirVcs vão traduzir???
ResponderExcluirvão traduzir?
ResponderExcluirTraduzzzz pelo amor de deussss, qro meu presente de raloin KKKKKKKKKK
ResponderExcluirNossa, eu tava procurando um joguinho de RPG Maker esses dias:3 Valeu pelo post, vou dar uma olhada nele.
ResponderExcluirvou dar uma olhada
ResponderExcluirespero que traduzam :<
ResponderExcluirParece interessante
ResponderExcluirpor favor imploro spoilers
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