“Quem é você...?”
Hallo Corpses.
Com o blog voltando ao ritmo aos poucos, espero que vocês também estejam conseguindo voltar para a rotina da melhor forma possível. Todavia, se protejam, usem máscara e pratiquem distanciamento social! Hoje trago para vocês um filme impactante, não só pela história, mas pelo seu desenvolvimento visual. Falo do primeiro filme dirigido por Satoshi Kon, baseado no romance de Yoshikazu Takeuchi, Perfect Blue.
Sobre o diretor: Satoshi Kon | |
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Diretor cinematográfico e roteirista, falecido em 24 de agosto de 2010 por câncer, aos 46 anos. Apesar de ter partido cedo e possuir um tempo bem pequeno de atividade (1997 a 2006), suas obras que se aproveitam da animação para criar uma mescla de realidade e ilusão geraram um legado extenso. Inclui em sua filmografia Perfect Blue (explorado neste post), Millenium Actress, Tokyo Godfathers, Paprika e a série animada televisiva Paranoia Agent. |
★【Sinopse】
Mima Kirigoe está partindo de sua carreira como uma cantora idol, e quer amadurecer seguindo no caminho de atriz de televisão. Uma transição que sofre oposições e conflitos que não só de fãs, mas de seu próprio consciente. Até quando Mima conseguirá aguentar a pressão de suprir expectativas e manter uma vida normal?
ATENÇÃO | |
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De acordo com o IMDb, sua classificação indicativa é 16 anos. Contém assassinato e estupro (não romantizado) encenado. Recomenda-se discrição do espectador. Se você não lida bem com estes elementos, é preferível não assistir. |
★【Análise】
Apesar de já ter ouvido falar de Satoshi Kon, Perfect Blue foi meu primeiro contato com as obras do diretor. E sinceramente? Fico bastante feliz de que tenha este. Embora o filme seja bastante denso, ele explica bem o porquê das críticas positivas em volta do diretor. Perfect Blue é uma história de dualidade, sobre os conflitos da protagonista e os conflitos de nossa sociedade sobre a objetificação de celebridades e suas identidades. Um das primeiras cenas que exemplificam isso é a de um fã segurando Mima, em uma perspectiva que a põe na palma de sua mão.
Provavelmente, nas mãos de qualquer outra pessoa seria um filme bem dramático, mas lento de assistir. Entretanto, o que vemos é um thriller de suspense e drama, com suas pitadas de terror e repleto de dúvidas sobre o que se passa pelos 85 minutos de duração. Você se perde ― e isto é intencional, afinal, estamos vivendo na pele toda a insanidade que Kirigoe vive. Mas mesmo perdido, o clímax funciona em impactar, e seu desfecho deixa dúvidas e permite muitas interpretações.
Dito isso, Perfect Blue talvez não seja uma experiência para muitos, especialmente aqueles que preferem uma narrativa direta ao ponto. Mas se você consegue aproveitar obras não-lineares e subjetivas (e não se incomoda com os elementos pesados que contém), recomendo que um dia tire seu tempo para assistir, especialmente por conta das mensagens que o filme deixa.
★【Persona versus Pessoa】★
Dentre as mensagens, a que mais me chama a atenção são as consequências de se ter um persona adorado por muitos ― especialmente a de uma idol cantora, profissão que está envolta de polêmicas por precisarem passar uma imagem pura e intocável em prol de seus fãs. Então quando Mima começa a quebrar a pureza da sua imagem, é onde tudo desanda.
É incrível como um filme de 1997, em que podemos ver o começo da internet sendo mostrado a partir de um computador branco e grande, possui um tema extremamente atual. Aliás, ironicamente, está mais atual do que nunca: Com a internet nos possibilitando criar não apenas um como vários personas para nos comunicar virtualmente, não é incomum problemas como vemos em Perfect Blue, e nem sequer precisamos ser uma celebridade para isso. Então, por mais que o filme mostre um exagero desta situação, sua crítica continua válida mesmo 23 anos depois.
★【Conclusão】
Perfect Blue é complexo, mas genial. Ele prende seu espectador pela imprevisibilidade do desenvolvimento, e usa os recursos visuais disponíveis na época ao seu máximo. Se levar em conta que o filme era para ser originalmente um live-action, mas teve seus orçamento cortado por conta de um terremoto que danificou o estúdio que produzia em 1995, Satoshi Kon teve uma mente criativa para lidar com as limitações e ainda sair uma obra-prima. Apenas isso mostra o quanto de potencial a equipe tinha, em especial seu diretor que depois continuou surpreendo com sua visão criativa, explorando temas bastante delicados de uma forma visualmente fantástico.
Assistir a este filme sinceramente me deixou curioso sobre as outras obras, então espere outra menção dele no futuro, provavelmente Paranoia Agent, por combinar com a temática do blog.
Sendo assim, nos vemos em uma próxima postagem.
★【Bibliografia】
Wikipedia ― Perfect Blue; Satoshi Kon
Japan Times ― Remembering Satoshi Kon, one of anime's best-loved creators
Imdb ― Satoshi Kon
Medium (BOMBARDI, Erica) ― Ilusões matam
“Na verdade, não tenho nada de extraordinário...”
- Neil
esse filme é perfeito!
ResponderExcluirFaz um tempo que penso seriamente em assistir esse filme, muitas vezes escutei o nome ou sobre, porém, nunca fui atrás por ter medo de engatilhar alguns medos pessoais
ResponderExcluirLendo esse post, me deu ainda mais vontade de assisti-lo, provavelmente eu faça isso, mas com muita calma para me atentar a todos os detalhes artísticos e não acabar ficando em pânico com alguma cena mais densa
Há um tempo em que eu estava interessada em assistir esse filme e agora minha vontade só aumentou!
ResponderExcluirValeu pelo post, ele está incrível (como sempre) :)
Uma analise conjunta com Cisne Negro seria bom
ResponderExcluirAmooooo esse filme ♡♡♡♡
ResponderExcluirAmo esse filme, o Satoshi é um mestre cara, amo o trabalho de vcs bjs!!
ResponderExcluirAcompanho vocês desde 2015 e é incrível ver que vocês mantém o Zero Corpse até hoje <3 obrigada por estarem presentes nas minhas melhores memórias
ResponderExcluirEi, seria legal uma analise do jogo Viviette, mas é só uma sugestão
ResponderExcluirnão conhecia mas agora quero assistir, obrigada pela recomendação
ResponderExcluirAcho que vi uma AMV desse filme parecia bem interessante!!
ResponderExcluirAssisti ele hoje, realmente é um bom filme, mas preciso assisti-lo de novo para não deixar nada passar dessa vez. Ele me lembrou de Antiviral, que também mostra uma relação de fã para ídolo prejudicial.
ResponderExcluirEstou tão feliz q o blog esta de volta <3
ResponderExcluirmds fala de Paranoia Agent pfvr, é mto bom tbm
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